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sábado, 27 de novembro de 2010


Não é que acordei me achando hoje? Agora neguinho me trata mal e eu não deixo. Agora neguinho quer me judiar e eu mando pastar. Dei de achar que mereço ser amada.

Que você acredite que não me deve nada simplesmente porque os amores mais puros não entendem dívida, nem mágoa, nem arrependimento. Então, que não se arrependa. Da gente. Do que fomos. De tudo o que vivemos. Que você me guarde na memória, mais do que nas fotos. Que termine com a sensação de ter me degustado por completo, mas como quem sai da mesa antes da sobremesa: com a impressão que poderia ter se fartado um pouco mais. E que, até o último dia da sua vida, você espalhe delicadamente a nossa história, para poucos ouvintes, como se ela tivesse sido a mais bela história de amor da sua vida. E que uma parte de você acredite que ela foi, de fato, a mais bela história de amor da sua vida.

quinta-feira, 25 de novembro de 2010


Beijar umas bocas desconhecidas, ou desfilar por aí seminua, forjando uma felicidade externa tão condizente com essa flor murcha, que é meu status atual. Apenas que não me acrescenta já em nada, esse estado de embriaguez da alma, disfarçar toda essa carência com maquiagem, sensualidade ou um sorriso falso. Estar tão angustiada, e transparecer alguém que nem eu conheço. Um ser mutante irreconhecível até mesmo pela própria criadora. Não me alimenta, nem alegra; como um trem, uma etapa vencida, quando se amaducere tão velozmente, num piscar de olhos.Segurei por vários dias o vazio queimante e a nostalgia modificadas, compreendidas em solidão. Vontade instantânea de refazer as pontes quebradas ou escalar um abismo, de onde provoquei essa queda abrupta. Voltar pro mundo que tinha antes, mesmo que fantasioso, irreal. Amor e ódio, entre as brigas e as juras eterna. Uma saudade maléfica de tudo isso, e que eu não sei de onde brotou. Da pessoa que menos merecia pensamentos tão singelos e doces. E só que já tive minha parcela de culpa, e sinto cada vez mais como se uma lupa eletricamente alterada pudesse aumentá-la cem vezes mais. (...)

Mais aqui: http://calmila.blogspot.com/2010/01/uma-falta-que-cresce-mesmo-no-refugio.html#ixzz16LawZPBo

terça-feira, 23 de novembro de 2010


(...) Mas não me importo. Não me iludo mais com promessas fáceis de amores eternos. A vida me mostrou, vez após vez, que nada do que vem correndo acaba por sossegar e se manter parado. Não existe essa possibilidade de amor sem história, sem derrotas, sem sangue pisado no coração, sem garganta trancada e nariz entupido de tanto chorar. Amar não é só bonito e, pra ser hora ou outra, é feio demais no caminho..."

Rani Ghazzaoui

Há um tempo em que é preciso abandonar as roupas usadas, que já tem a forma do nosso corpo, e esquecer os nossos caminhos, que nos levam sempre aos mesmos lugares. É o tempo da travessia: e, se não ousarmos fazê-la, teremos ficado, para sempre, à margem de nós mesmos.

fernando pessoa

segunda-feira, 22 de novembro de 2010


Você cresceu em mim de um jeito completamente insuspeitado, assim como se você fosse apenas uma semente e eu plantasse você esperando ver uma plantinha qualquer, pequena, rala, uma avenca, talvez samambaia, no máximo uma roseira, é, não estou sendo agressivo não, esperava de você apenas coisas assim, avenca, samambaia, roseira, mas nunca, em nenhum momento essa coisa enorme que me obrigou a abrir todas as janelas, e depois as portas, e pouco a pouco derrubar todas as paredes e arrancar o telhado para que você crescesse livremente.


Mas você com esse seu jeito só seu, de não me permitir saber o que esperar de você, me faz te odiar tanto e querer tanto a sua atenção..

Nenhum pensamento meu tem o poder de te machucar, nenhum mundo para onde eu vá tem o poder de te causar desespero. E eu preciso te sentir na minha ratoeira, eu preciso atirar nas suas asas que sobrevoam meu sossego. Você sempre me deixa, mesmo ficando colado comigo. Eu preciso sentir tormento alheio para desocupar o lugar da atormentada. Eu preciso ter a certeza que no seu ponto perdido no espaço ainda não mora outro rosto. (...) Eu queria não acordar e lembrar que ainda preciso conquistar você, porque você brinca de ser meu, mas mora do outro lado mundo. E eu não sou atleta e nem forte para correr tanto e tão longe, por isso gostaria de destruir tudo o que é seu do meu mapa. Eu tenho muita preguiça do seu olhar de "já sei o que é sofrer, agora posso viver sem medo porque descobri que eu não morro".

sábado, 20 de novembro de 2010


"Hoje pensei sério: se me perguntassem o que mais desejo na vida, não saberia responder.Quero tudo. Mas esse 'tudo' é tão grande, tão vago, que me sinto estonteado. É preciso ir limitando meu sonho, apagando linha por linha supérflua, corrigindo as arestas, até restar somente o centro, o âmago, a essência."

"...não queria que ele pensasse que eu andava bebendo, e eu andava, todo dia um bom pretexto, e fui pensando também que ele ia pensar que eu andava sem dinheiro, chegando a pé naquela chuva toda, e eu andava, estômago dolorido de fome, e eu não queria que ele pensasse que eu andava insone, e eu andava, roxas olheiras, teria que ter cuidado com o lábio inferior ao sorrir, se sorrisse, e quase certamente sim, quando o encontrasse, para que não visse o dente quebrado e pensasse que eu andava relaxando, sem ir ao dentista, e eu andava, e tudo que eu andava fazendo e sendo eu não queria que ele visse nem soubesse, mas depois de pensar isso me deu um desgosto porque fui percebendo percebendo, por dentro da chuva, que talvez eu não quisesse que ele soubesse que eu era eu, e eu era."

"Ela é exatamente como os seus livros: transmite uma sensação estranha, de uma sabedoria e uma amargura impressionantes. É lenta e quase não fala. Tem olhos hipnóticos, quase diabólicos. E a gente sente que ela não espera mais nada nem de ninguém, que está absolutamente sozinha e numa altura que ninguém conseguiria alcançá-la."

sexta-feira, 19 de novembro de 2010


"Acho que esta é minha última tentativa. Gosto muito de você gosto muito de você gosto muito de você sem pausas. Aos caminhos, entrego o nosso encontro e se tiver que ser, como tem que ser, do jeito que tiver que ser, a gente volta um dia. Da maior importância, meu bem. That’s it! Esteja bem. Queira estar bem. Como se fosse verdade. Se tiver que ser, vai ser."

Certo, muitas ilusões dançaram - mas eu me recuso a descrer absolutamente de tudo, eu faço força para manter algumas esperanças acesas, como velas. Também não quero dramatizar e fazer dos problemas reais monstros insolúveis, becos-sem-saída. Nada é muito terrível.

caio fernando abreu

segunda-feira, 8 de novembro de 2010


Claro que você não tem culpa, coração, caímos exatamente na mesma ratoeira, a única diferença é que você pensa que pode escapar, e eu quero chafurdar na dor deste ferro enfiado fundo na minha garganta seca que só umedece com vodca, me passa o cigarro, não, não estou desesperada, não mais do que sempre estive.

sexta-feira, 5 de novembro de 2010


"E se eu mudasse meu destino num passe de mágica? (...) Estranho, mas é sempre como se houvesse por trás do livre-arbítrio um roteiro fixo, pré-determinado, que não pode ser violado."

quinta-feira, 4 de novembro de 2010


- Vocês são todos tão... tão... — Interrompeu-se, procurando a palavra. – Tran-sitó-ri-os, é isso. Vocês são muito transitórios, entende? Tão instáveis, hoje aqui, amanhã ali. Eu sei, também já fui assim. Só que chega um ponto que a gente cansa, que não quer mais saber de aventuras ou de procuras, entende? Acho que é isso que vocês não são capazes de compreender, que a gente, um dia, possa não querer mais do que tem.

caio fernando abreu